As carências alimentares têm acentuação diária. O que há duas semanas se considerava caro, aos preços de hoje seria uma pechincha.
O trabalhador braçal que, há um ano, viu com alegria o seu salário subir para o triplo ou quádruplo, mostra-se já perplexo ao verificar que o seu ganho tem menor poder de compra que o regime anterior. E não há mais possibilidades de ajuste, que o desemprego é grande e os postos de trabalho são cada vez menos.
Mas em pior situação se encontra o trabalhador médio (branco ou preto), que este não teve melhoria de vencimento tão espectacular e enfrenta o mesmo agravamento de vida.
Os brancos que ficaram já se perguntam se não teriam feito melhor seguindo na onda dos que abalaram, pois o sacrifício dia a dia menos compensa, como são mais e mais esquecidos pelos pretos de cá e pelos brancos de lá.
Estou hoje convencido de que, se houvesse transportes para o exterior, nenhum desejaria ser o último abencerragem.
Mas, sem alternativa, continuam a ficar... enquanto prisioneiros.