Antes, havia a noticia de as forças armadas que avançavam do Sul estarem a combater numa zona (Catengue) a 75 Kms de Benguela.
A meio da manha soube-se que as tropas do MPLA estavam a abandonar Benguela, tendo previamente feito explodir o seu paiol de munições e destruído os ficheiros e arquivos nos escritórios das Delegações. A informação completava-se com a noticia de estarem a roubar os camiões e automóveis dos particulares, para mais facilmente se deslocarem na retirada. Pormenorizou-se mesmo que os furtos ultrapassavam a centena; só dos armazéns de duas empresas importadoras de veículos (Joframa e Martins e Henriques) apoderam-se de mais de 20 carros novos.
E começaram a aparecer nas ruas do Lobito viaturas de todos os tipos com soldados do MPLA. Esclarece-se que, desde há vários dias, o Lobito tinha ficado despovoado de soldados da sua guarnição(guarnição do MPLA entenda-se) porque a tropa do exercito português, essa (mau grado os termos do Acordo de Alvor) já havia retirado cerca de 20 de Outubro.
Sabia-se então que os militares do MPLA (FAPLA) tinham ido para Benguela reforçar a guarnição daquela cidade. No Lobito tinham ficado apenas "Pioneiros" (organização pré-militar juvenil do MPLA).
Entretanto, à tarde, consegui-se informação telefónica de Benguela de que a cidade estava absolutamente calma; ruas desertas, transito nulo, nem carros nem peões, comercio encerrado, silencio absoluto. Vez por outra, continuava a informação, ouvia-se ao longe p troar da artilharia.
No Lobito também o comercio e as repartições públicas fecharam as portas; nas ruas, porém, havia algum transito - transito idêntico ao de uma manhã de domingo.
Durante o resto do dia nada importante a assinalar, mas à noite começou a constar que também no Lobito se havia iniciado a operação "roubo de viaturas". E constava, então, que Fulano e Beltrano haviam sido forçados, perante armas apontadas, a entregar as chaves dos seus automóveis.